11.1.02

Um pouco de poesia no meio da prosa, que tal? Do grande poeta e suicida Vladimir Maiakovski, de 1922:

"Nos corações, nos relógios
bate o pêndulo dos amantes.
Como se exaltam as duplas no leito de amor!
Eu, que sou a Praça da Paixão,
surpreendo o pulsar selvagem
do coração das capitais.
Desabotoado, o coração quase de fora,
abria-me ao sol e aos jatos d'água.
Entrai com vossas paixões!
Galgai-me com vossos amores!
Doravante não sou mais dono do meu coração!
Nos demais -- eu sei,
qualquer um o sabe --
o coração tem domicílio no peito.
Comigo
a anatomia ficou louca.
Sou todo coração --
em todas as partes palpita."

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