13.2.13

Ó minha velha alma
quando foi que te perdi?
quando foi que te transformaste 
nessa estranha que vaga pela casa no escuro? 

antes éramos um
inexpugnável contra a vida
mas agora ela invadiu tuas defesas
e venceu. 

Do outro lado do abismo
dormes um sono inquieto
e eu observo 
o cadáver insepulto do nosso amor
se decompor no carretel das horas.
O passado

Há um botão secreto
no subsolo de minha alma;
ele paralisa o Tempo
e suas damas de companhia, as Aflições.

No mais das vezes
venta e chove na 'situation room'
e os caminhos que levam ao painel
são tão tortuosos quanto o labirinto de Dédalo.

Eis que chega você
e basta seu encanto para decriptar a senha:
que revelação!

Na tarde invernal da cidade de São Sebastião
meus olhos se enchem d'água
e eu agradeço, em mesura antiga,
para disfarçar o impacto.

Que estes versos beijem
todas as suas partículas
e gravem para sempre em suas retinas
a beleza plena de um breve encontro.