27.6.03



(foto: Freefoto.com)

Moçada, vou descansar uns dias, em férias. Volto renovado dia 14 de julho. Até lá!

25.6.03

Minicontos do desconforto -- 40

Ela o encontrou sentado no sofá rasgado, vendo (não mais) a reprise de um seriado. Tudo na casa estava no mesmo lugar há anos. Os pássaros cantavam à mesma hora todas as manhãs e um deles morria na boca dos gatos todas as tardes. No prato a seu lado, o sanduíche-companheiro de todas as noites. E a roupa para o trabalho apolineamente dobrada na cadeira ao lado da cama, no quarto quase monástico.
Ela achou que ele morrera de derrame ou ataque cardíaco. Mas a autópsia revelou suicídio. Por overdose de tédio.

24.6.03

Ivson Alves pôs um link há algumas semanas em sua coluna no Comunique-se para um artigo do professor Nilson Lage sobre inteligência artificial e como ela afeta a indústria da informação, em especial no caso da internet. A leitura é válida e merece reflexão.

23.6.03

Está no site do Globo:

"RIO - A inscrição para o concurso público de seleção para garis da Comlurb atraiu mais de 15 mil pessoas na manhã de hoje ao Centro.
O grande número de candidatos provocou tumulto nas imediações do Sambódromo. Por volta das 7h30m, policiais do Batalhão de Choque tiveram que lançar sete bombas de efeito moral para conter a confusão.
De acordo com alguns candidatos, uma senhora chegou a ser pisoteada durante o tumulto. Diversas pessoas tiveram ferimentos leves por causa de estilhaços das bombas. (...)"

É triste a conjuntura em que vivemos...

20.6.03

A temporada atual de "Smallville" vai terminar na próxima terça e eu já estou me roendo de saudades desta beleza aqui. Se dependesse de mim, não tinha nem Lana Lang (apesar da igualmente bonita Kristin Kreuk) nem a insuportável Lois Lane na parada. Só a Allison.

18.6.03

Ontem estava tomando uma Coca-Cola naquela garrafinha de 290ml (na Argentina ela é um pouquinho maior, com 350ml) e comentei com Wal que é uma pena que os recipientes de vidro para refrigerantes estejam acabando. Onde moramos, praticamente acabou tudo, só sobraram a Coca de 290ml e a de 1 litro em vidro (que também estão para acabar). E o refrigerante tem nitidamente outro gosto (ruim) quando vem em garrafas de plástico. Só não é pior que o gosto dos refrigerantes que saem direto da máquina, como no McDonalds e outras lanchonetes. O gosto da Coca-cola e do Mineirinho que eu tomava na infância, só sinto mesmo quando eles vêm dessas garrafas de vidro. E que saudade daqueles refrigerantes caçulinhas, com 185ml... Aquilo tinha gosto de traquinagens ;-)

16.6.03

Há dois novos poemas no Cadafalso I.
Minicontos do desconforto -- 52

Compôs a vida inteira sentindo que o Espírito conversava com ele; a cada sinfonia, era nítido o aspecto de grandeza, de comunicação com os mensageiros alados portando espadas flamejantes.

Mas queria mais: queria falar direto com Ele. Sem intermediários. Sem sicofantas. No auge de sua ânsia, tornou-se um asceta. Jejuou meses a fio. Esqueceu que tinha corpo. Sentou-se ao pé da cama e decidiu que não sairia dali até ouvir o Poder da Voz.

Enfim, conseguiu, durante uma frente fria aguda em pleno finzinho do verão vienense. A experiência quase provocou um choque anafilático. Mas ele sobreviveu, e enquanto voltava a se alimentar, gradativamente, escreveu num frenesi a nova sinfonia, que celebraria, apoteótica, sua máxima epifania.

Foi só depois que terminou que percebeu as lágrimas nos olhos e o tremor nas mãos de sua jovem criada, que o fitava desesperada. E entendeu o significado daquele silêncio maravilhoso que se tinha seguido ao encontro divino.

Ele estava surdo.

13.6.03

Minicontos do desconforto -- 51

Seu amor foi ficando cada vez mais absorvente e obsessivo à medida que envelhecia. Ela sempre fora sapeca, brejeira, desde os primeiros anos; e se na juventude ele conseguia ao menos disfarçar a insegurança, na velhice lhe sobreveio uma tremedeira espiritual. Então a vigiava, tentava controlá-la, apesar de saber que era tudo em vão.

Um dia, ao retornar do carteado, encontrou-a com um homem que conhecera na internet. Expulsou-a de casa e acolheu a solidão em seu lugar.

Mas a solidão fez com ele o que debalde procurara fazer com a infiel: vigiava-o por todos os cantos, não o deixava ver tevê, interrompia até mesmo os sonhos mais vagabundos de seu sono precário. Aparecia, a apontá-lo, no meio da multidão no banco todo dia dez.

Então, quando a sapeca voltou, abandonada pelo rufião, recebeu-a sem hesitar, e foi mais gentil com ela. Mas a solidão teve ciúmes: meses depois, ele passou desta para uma outra abraçado com a diáfana amante na biblioteca.

12.6.03

Oba, os acentos voltaram. Isso é que é!!!
hummm...
Gente, como eh bom reencontrar uma amiga muito, muito querida e conversar, sem pressa, tomando uma cerveja despretensiosa.
Eis uma definicao de felicidade, eterna enquanto dura o chope -- e a noite e o dia seguinte todo depois dele, em que a gente fica embevecido e bobo.
A pena eh que provavelmente foi o meu ultimo chope do mes, jah que estou liso, leso, teso, duro, no vermelho...

9.6.03

Moçada, estou demorando um pouco a postar aqui por causa da migração do Blogger, que está com bug atrás de bug. Assim que eles se acertarem, mando brasa de novo...

2.6.03

Peguei para rever, este fim de semana, "The song remains the same", do Led Zeppelin. Na madrugada, viajei junto com os solos de Jimmy Page. O homem era mesmo um monstro da guitarra nos anos setenta. Mas, no todo, o show do Zep me pareceu "cabeça" demais. Senti falta de mais rocks rápidos.
Uma coisa me chocou (eu tinha esquecido): as cenas do grosseirão empresário Peter Grant reclamando de uma galerinha que estava vendendo pôsteres piratas da banda na entrada do Madison Square Garden, em NY. Rapaz, se fosse hoje, ele ia ter uns dez enfartes seguidos. ;-))