A verdadeira ceifadora é bela
No meio da algazarra, ele nada via a não ser os olhos verdes da criatura que lhe amarrava docemente as fitas no pulso. Ela o abraçou e beijou, e ele ficou ali, olhando, incrédulo.
Acabara de ser cumprimentado pela Essência da Vida e não sabia.
Só entendeu depois, quando provou da beberagem com que ela o presenteara, e ficou como algumas figuras que abusam do chá de cogumelos e não voltam mais.
Não mais conseguiu trabalhar. Em casa, não ouvia mais as conversas da família nas noites de quarta. Saía cedo de casa, mas era para contemplar o sol. Um dia desapareceu.
Dizem, nas cercanias do Farol em Salvador, que ele é o cego que dedilha uma viola de dez cordas à beira-mar nas madrugadas.
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