17.7.02

Do Elio Gaspari, citando a jornalista mexicana Alma Guillermopietro, especialista nas crises da América Latina:

"(...)“A única maneira de ser como o Che [Guevara] era morrer como ele, e todas essas mortes não foram suficientes para criar o mundo perfeito que o Che buscava.” Ela prossegue: “Guevara nasceu na hora do herói latino-americano” e tornou-se esse personagem “só, único”. “A imagem desse herói ainda cativa um grande número de latino-americanos que não conseguem cobrar as responsabilidades de seus líderes mas conseguem, como o Che morto ainda é capaz de fazê-lo, cobrar desses mesmos líderes atos de grandeza, fervores e rupturas. O Che vivo não foi o herói perfeito para seu tempo e lugar: ele queria que os outros seguissem seu exemplo impossível e nunca entendeu como combinar o que ele queria com o que se podia conseguir. Ficará para a eternidade o debate de se a vida e o exemplo do Che aceleraram o advento dos tempos de hoje, nos quais não há causas perfeitas e as pessoas como ele estão mais do que nunca fora do lugar.”

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