A verdade sobre os anos finais de Hércules
Depois que terminou os doze trabalhos, Hércules casou-se. Estava na hora de descansar, pensou.
Passaram-se anos. Anos pondo o lixo para fora de casa, discutindo com os filhos adolescentes (que combinavam a força hercúlea com aquele coquetel de hormônios efervescentes), disputando o controle remoto da TV Olimpo (que vivia dando pau por causa da interferência dos raios de Zeus), ouvindo um milhão de vezes "você é muito bruto e além do mais estou cansada, com dor de cabeça" e recebendo a visita da sogra, uma nova-rica emergente de Corinto, toda semana.
Finalmente, o herói resolveu procurar de novo o rei Euristeu, que lhe delegara os trabalhos em nome de Hera, esposa de Zeus.
-- Quero mais doze trabalhos -- desabafou.
Euristeu, canalha que era, sorriu de orelha a orelha.
-- Por quê? Achou que a seqüência já tinha acabado?
-- Como assim? O memorando que Hera te mandou dizia doze, não?
-- Não. Treze. O décimo-terceiro trabalho é ficar trinta anos casado com a Djanira.
Foi aí que Hércules passou na feira diante do palácio e comprou o manto envenenado que o matou.
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