21.12.07






Mais imagens do show. Eu e Antonio ensaiamos dois dias antes, mas na hora improvisei um bocado e toquei várias músicas que não estavam no roteiro, para esquentar mais o clima.

11.12.07


Depois do show, com Nelson Vasconcelos, a figuraça que fez a maioria das fotos com o celular da Elis Monteiro.


23.10.07

Provérbio capitalista:

Bastam 15 minutos de trabalho para despir de você todo o bem-estar de 20 dias de férias.

17.9.07



Duas imagens imperdíveis, com Chewbacca e Lord Darth Vader, na frente da LucasFilms, de George Lucas, em San Francisco, Califórnia, no último dia 10 de setembro. Recuei no tempo até 1977, em plena galáxia de "Guerra nas Estrelas"...

23.8.07


Nasceu meu CD de rock and roll. Olha eu aí com o disco master! Agora é fazer as cópias e marcar a festa de lançamento, site e tudo o mais. Preparem-se. Long live rock!!!!!

O clique é do Nelson Vasconcelos.

13.8.07

Peço desculpas pela ausência aqui -- é o excesso de trabalho. Não tenho escrito ficção ultimamente, mal tenho conseguido tempo para filosofar.

Outro dia, revi o filme "Rede de intrigas", de Sidney Lumet. Mesmo 32 anos depois de filmado, permanece atual em sua feroz análise da TV e é profético quanto à globalização, de maneira impressionante, inclusive. Quando o dono da rede televisiva conversa com o apresentador semi-enlouquecido vivido por Peter Finch, explica-lhe que a política não comporta mais nações, não se baseia mais na geografia, mas nas grandes corporações e no dinheiro, que não conhece fronteiras. Isso em 1975. De lá para cá, a globalização cresceu a olhos vistos e, com a ajuda da internet, estamos trabalhando cada vez mais freneticamente. Algum dia botaremos a cabeça para fora da janela, cansados e estressados com nossas vidas multiplicadas por mil, e repetiremos o brado de Howard Beale, o apresentador do filme: "I am as mad as hell and I won´t take this anymore!"

19.7.07

Como eu disse no Cadafalso I, me solidarizo com as famílias das vítimas da terrível tragédia de Congonhas. Mas também é preciso não esquecer toda a lama dos escândalos no Senado. Os corruptos aproveitam a mudança de foco (com o Pan, o acidente e o próprio recesso parlamentar) para ficarem bem quietinhos, em segundo plano, como gostam de atuar. Nada de dar trégua a eles.

2.7.07

Vivemos a putrefação parlamentar. Nem todos os moribundos de Allan Poe, nem todos os monstros do pântano das HQs, nem todos os psico-losers de Stephen King exalam um miasma tão terrível quanto o que sai do Congresso.

13.6.07

Minicontos do desconforto -- 91

Debruçou-se sobre a sacada da barca e ficou olhando o mar escuro, imperscrutável. Lembrou-se de "Sobre heróis e tumbas", de Sábato. De como Martín cogita matar-se olhando para a água certa noite, mas desiste pensando naqueles poucos segundos que se passariam entre o salto e seu fim. Aqueles segundos terríveis, imponderáveis.

Então deixou que apenas suas lágrimas caíssem nas ondas e as salgassem mais um pouco. E pronunciou o nome dela, numa súplica sussurrada.

1.6.07

E a gravação do CD continua. Esta semana completei as trilhas de um rock rasgado com muitas guitarras, chamado "Nossa senhora que Fátima". Agora são nove as faixas. Falta uma para fechar. Será um blues bem aguerrido.

24.5.07

Cowards die many times before their deaths;
The valiant never taste of death but once.
Of all the wonders that I yet have heard,
It seems to me most strange that men should fear;
Seeing that death, a necessary end,
Will come when it will come.

(Júlio César, o personagem, na peça homônima de Shakespeare)

5.5.07

Faltam apenas duas músicas para terminar meu CD. A última que gravei contou com os backing vocals de minha filha Jessica. Foi um momento emocionante. Depois que tudo ficar pronto, vou criar um site para as faixas e avisar todo mundo, é claro.

10.4.07

Minicontos do desconforto -- 90

Acordou uma noite e compreendeu que sua musa o tinha deixado quando começou a pensar em escrever um livro de receitas. Saiu correndo e a alcançou ainda na escada da portaria. Prostrou-se a seus pés, mas ela o esbofeteou e jogou em sua cara as páginas mofadas do romance de realismo fantástico que jamais conseguira terminar. Desesperado, implorou por mais uma chance. Ela sorriu como só as musas são capazes de sorrir. Ele sentiu voltar a inspiração repentinamente diante daquele rosto angelical. Mas ela voltou-se e, sem uma palavra, deu dois passos e desapareceu na névoa. Musas são seres cruéis, pensou ele, lembrando-se de Allan Poe.

Depois daquela noite, nunca mais escreveu, exceto palavras cruzadas.

2.4.07

Minicontos do desconforto --89

Ela prestava tão pouca atenção a ele que, um dia, o pobre homem percebeu que podia ver através de sua própria mão. Aos poucos, a fria realidade chefiada pela rejeição atravessou seus braços, suas pernas, seu abdome e finalmente ninguém mais (nem ele mesmo, diante de um espelho) podia vê-lo. Então, um dia ele desistiu e se deixou navegar com as folhas, as cinzas e as borboletas: pelo menos a brisa o beijava.

31.3.07

Eu e Orkut Buyukkokten, o inventor do Orkut, após entrevista no Sofitel, em Copa. O papo vai sair segunda-feira no Info Etc e no Globo Online.

23.3.07

Minicontos do desconforto -- 88 (versão sintética)

-- Obrigada... mas nós mal nos conhecemos... Por que você me deu esta rosa?

-- Não lhe dei esta rosa; dei você a esta rosa. Para que ela possa olhar seu rosto e compreender o significado da verdadeira Beleza.

20.3.07

Minicontos do desconforto -- 88

-- Oh, obrigada... Mas a gente mal se conhece... por que você me deu esta rosa?

-- Julianne, eu não lhe dei esta rosa. Na verdade, dei você a esta rosa.

-- Como assim?

-- Eu já bebi o suficiente e posso explicar: eu dei você a esta rosa para que você possa lhe ensinar o verdadeiro significado da Beleza; porque você é a mulher mais bonita que já vi na vida. A pobre rosa está condenada a morrer, agora que foi tirada de suas irmãs, mesmo que a coloquemos num vaso com água da fonte da juventude eterna. Mas, se ela puder olhar para você, perceber a inacreditável beleza de seus olhos, de suas melenas negras, talvez não morra. Talvez se dispa de seus espinhos; talvez ame você como só uma flor pode amar um ser humano, e de um modo que eu jamais poderei amar.

9.3.07

Escrever em jornal não é mais a mesma coisa depois do advento da internet. Mas alguns editores ainda acham que tudo deve ser superficial e os textos, curtos. Se se trata de um jornal popular, mais para ser visto do que lido, creio que faz sentido. Mas um jornal que pretende formar opinião tem que aprofundar mesmo, fazer grandes análises etc. Veja o que o mestre Carlos Alberto Di Franco escreveu outro dia:

"Os jornais, erradamente, pensam que são meio de comunicação de massa. E não são. Daí derivam providências fatais: a absurda imitação da televisão, a incapacidade para dialogar com a geração dos blogs e dos videogames, além do alinhamento acrítico com os modismos politicamente corretos. Esqueceram que os diários de sucesso são aqueles que sabem que o seu público, independentemente da faixa etária, é constituído por uma elite numerosa, mas cada vez mais órfã de produtos de qualidade. Num momento de ênfase no didatismo, na infografia e na prestação de serviços - estratégias convenientes e necessárias--, defendo a urgente necessidade de complicar as pautas. O leitor que devemos conquistar não quer, como é lógico, o que pode conseguir na TV ou na internet. Ele quer informação de qualidade: a matéria aprofundada, a reportagem interessante, a análise que o ajude, de fato, a tomar decisões."

26.2.07

"Cartas de Iwo Jima" é um filme interessante para quem curte filmes de guerra. O Ken Watanabe está contido, excelente, e o soldado raso Saigo é o melhor da fita. Mas os críticos que apontaram "Cartas..." como a segunda obra-prima de Clint Eastwood depois de "Os imperdoáveis" estão redondamente enganados. "Os imperdoáveis" ainda é a obra-prima de Clint. Aliás, para mim, é o melhor de todos os faroestes.

22.2.07

Passei o carnaval bem sossegado, perto do mar e da cerveja, na casa de meu velho amigo Octavius Britus. Jogamos, filosofamos muito e falamos de literatura debaixo daquele céu azul maravilhoso que São Pedro, gentil, enviou nos dias de Momo. Minha filha Jessica também estava presente e curtiu conosco o feriado, regado a muito rock e folk de bandas de todas as partes do planeta, do Japão à Noruega (Britus é fã das antigas de progressivo e gothic metal).

Essas sãos as coisas boas que levamos da vida: boa companhia, boa conversa e paz de espírito, sem pressa e sem destinos, metas ou grandes objetivos. Sim, eles também são necessários, mas o melhor da vida está em não esquecer esse lado espectador da alma.

8.2.07

Ao mesmo tempo que estou no novo blog, mando brasa na gravação de meu CD de rock. É um projeto pessoal que acalento há muitos anos. Estou me divertindo horrores com as gravações. Ontem mesmo finalizei a música que será a abertura do disco. Chama-se "Blues e rock´n´roll" e é totalmente a minha cara.
Ufa! Até que enfim um tempinho para voltar aqui. É que foi inaugurado meu blog de segurança da informação no Globo Online, um projeto que estava em gestação desde novembro.

Apareçam por lá. Fica em http://www.oglobo.com.br/blogs/andremachado

31.1.07

E não é que a Meg não morreu mesmo? Caramba... E eu que dei pêsames no outro blog.

Não só não morreu como mandou um email (não para mim).

Surrealismo é isso aí.

29.1.07

De minha filhota Rebeca, no restaurante:

-- Pai, posso pedir isso? Diz que é para 12 anos.

Olhei o cardápio. Estava lá: " Johnnie Walker 12 anos". Claro, tinha também a versão 8 anos...

Essas crianças...

26.1.07

Quatro frases lapidadres do matemático e filósofo britânico Bertrand Russell (1872-1970):

"O segredo da felicidade é o seguinte: deixar que os nossos interesses sejam tão amplos quanto possível, e deixar que as nossas reações em relação às coisas e às pessoas sejam tão amistosas quanto possam ser."

"Inestimável é o valor do sentimento que faz um homem e uma mulher se amarem com paixão, imaginação e ternura; desconhecê-lo é uma grande desventura."

"Se nos fosse dado o poder mágico de ler as mentes uns dos outros, o primeiro efeito seria sem dúvida o fim de todas as amizades."

"Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força, e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. Mas se sua crença se baseia na fé, você perceberá que a discussão é inútil e, portanto, recorrerá à força, ou na forma de perseguição ou anestesiando e distorcendo as mentes das crianças no que é chamado 'educação'."

24.1.07

Reproduzo aqui o maravilhoso texto de José Castello publicado no último Prosa e Verso. Não deixem de ler. É uma porrada.

"O pai humilhado

José Castello

Sofremos, hoje, de um persistente sentimento de mal-estar. Para além dos eventos do real, alguma coisa, a que não conseguimos dar um nome, dói, sem parar, dentro de nós. Essa agonia não tem causa precisa, não é o efeito direto de um ataque, ou de uma decepção. Eis o problema maior: sofremos, sem saber dizer de que sofremos.

Na literatura, este mal-estar errante, e aflitivo, se expressa no sentimento, cada vez mais comum, de que "tudo já foi escrito". Uma perplexidade diante do papel em branco que se parece com uma vertigem, na qual a palavra - e não a consciência - nos fosse roubada.

O mal-estar está em toda parte. Sua face mais visível, contraditoriamente, é o sentimento de vazio, como se todos carregássemos uma folha em branco dentro de nós. Sofremos não de uma presença, mas de uma ausência. De uma fome que alimento algum sacia.

Os escritores, que partem de cadernos vazios e de páginas em branco, lidam diariamente com isso. Muitas vezes, seu desalento diante do mundo parece ser só uma pose, ou uma afetação. "Arquivos do mal-estar e da resistência", valente ensaio do psicanalista carioca Joel Birman lançado pela Civilização Brasileira, nos faz ver que não é. O mal-estar, hoje, pertence a todos.

Até pouco tempo, diz Birman, os psicanalistas eram procurados por pacientes nervosos, com o coração em guerra, feridos por uma luta interior que não podiam resolver. Eles se deitavam no divã em busca de um pouco de paz. Hoje, em vez disso, os psicanalistas recebem em seus consultórios pessoas que se declaram vazias. Seu grande problema é não ter um problema. Sua dor maior é a incapacidade de sentir dor. O mal-estar, agora, é isso: um rombo.

Desamparados, buscam artifícios que preencham o buraco que trazem no coração. Drogas pesadas, álcool ou comida em excesso, sexo compulsivo, a obsessão pelo trabalho, a mania de comprar e comprar, tranqüilizantes, antidepressivos - a esses substitutos se apegam, na esperança vã de tampar o rombo pelo qual sua vida escorre.

Ainda assim, o vazio se dissemina. Nos dias de hoje, dominados pela agitação, pela brutalidade, pela dispersão, já não controlamos nossas vidas. Somos todos, um pouco, como os personagens do gaúcho João Gilberto Noll: vagamos, tateamos, afundamos em nosso próprio fosso.

Borges dizia que a literatura se faz no caos, mas que o escritor só pode lidar com o caos porque se apóia na suposição de um cosmos. Na idéia de que no interior do caos existe uma ordem secreta, inacessível, quase inútil, mas que ainda assim está ali. Só porque se consolam com isso, escritores conseguem escrever.

Sem essa suposição, perdemos a força. Pais inquietos e fracos, incapazes de lidar com os filhos. Professores nervosos, já sem nenhuma autoridade. Instituições que desmoronam, governos instáveis, populações à deriva. O mundo - eis o que sentimos de pior - se torna um trem desgovernado. No fundo desse vazio, Birman diz, está a figura lastimável de um pai humilhado.

O pior: diante da fraqueza do pai, nos apegamos, muitas vezes, à utopia de um pai onipotente. Ele pode ser insensível, pode ser cruel, pode ser tirano - mas funciona. Na penúria e no desamparo, sentimos uma nostalgia louca das algemas, como se a única forma possível de viver fosse a submissão.

Os escritores, que partem de uma folha em branco e têm o vazio como matéria, sabem que a coação e a onipotência de nada servem. Escrever é dialogar com a imperfeição. Atitude que, transposta para a vida, sugere Birman, conduz direto à fraternidade.

A literatura trafega na contramão do mundo prático, de medições e de resultados, que hoje habitamos. Escrever é avançar em direção a um destino a que nunca chegaremos. Esta viagem sem rumo, no entanto, não provoca agonia. Traz, isso sim, uma pequena, efêmera, mas preciosa, felicidade.

Não é estranho que psicanalistas e escritores se entendam. Ambos lidam, no fim, com a mesma matéria: o desassossego que, na aflição, chamamos de agonia, mas que, se desistimos de esperar uma salvação, chamamos de vida."

22.1.07

Está no site do Globo Online uma música minha, que gravei para uma matéria no Info Etc mostrando como o computador facilita a vida das gravações em estúdio. A música se chama "É você", e nela toquei os violões e as guitarras, inclusive a solo (trata-se de um hard rock estilo anos 70), além de cantar. O baixo ficou a cargo do veterano Carlos Castanheira, e a batera foi toda arranjada dentro do próprio computador. Se ficarem curiosos e quiserem conferir, estará em http://oglobo.globo.com/tecnologia/audio/2007/991/default.asp

A matéria é a capa do caderno desta segunda.

17.1.07

Estava lendo este fim de semana uma reportagem sobre os anos finais da vida de Rimbaud como mercador na África. Que triste fim para um poeta. Consta que os textos da fase final da vida de Rimbaud tratavam apenas de contas e negócios...

Parafraseando Guevara, é preciso endurecer contra o mundo real, para não perder a poesia. Quando a realidade entra pela janela, cabe ao poeta defenestrá-la novamente.

12.1.07

Estou lendo uma biografia do Ricardo III, o célebre vilão da peça de Shakespeare. Só que, na vida real, a história é outra, e os historiadores se digladiam sobre a verdadeira personalidade do controverso rei inglês. Esta biografia procura reparar sua reputação, manchada por seus inimigos Tudor, para quem Shakespeare escreveu. Até hoje Ricardo é acusado por seus detratores de matar seus jovens sobrinhos para ocupar o trono em 1483. Um crime nunca resolvido e que continua envolto em brumas há cinco séculos. Uns historiadores garantem que foi ele; outros dizem que não, que isso não combina com sua lealdade de ferro ao irmão Eduardo IV, pai dos sobrinhos em questão.

O livro, escrito pelo historiador americano Paul Murray Kendall, narra as batalhas e reviravoltas da Inglaterra do século XV com um estilo de romance de aventura (embora muito bem documentado). Simplesmente não dá para largar. Como é bom ler um livro assim. A gente até lê mais devagar porque fica com pena quando vai acabando...

6.1.07

Just need a little bit of rock and roll.