9.10.03

Vou comentar neste post o filme "Carrington" e falar sobre o final dele. Para quem pretende vê-lo, pode não ser aconselhável ler, ok?

Vi ontem "Carrington", filme em que Emma Thompson encarna a pintora que se apaixonou pelo escritor Lytton Strachey na Inglaterra dos anos 10-20, e devotou sua vida a esse amor, embora Lytton fosse homossexual e ela tenha tido vários amantes para aplacar a ausência de sexo com ele. Um filme que faz pensar sobre o que é, na verdade, o amar. Se ele se sustenta mesmo quando parece impossível. Não sei se a verdadeira Carrington era bela como Emma Thompson é, mas compreende-se por sua história que ela poderia ter qualquer homem que quisesse, e mesmo assim escolhe Lytton, a tal ponto de cometer suicídio após a morte do amado, por não poder viver sem ele.

Será possível amar a alma de alguém até o fim, sublimando o desejo? Será possível não se sentir atraído fisicamente por alguém e ainda assim querê-lo de modo quase insuportável? Será possível saber-se objeto de um amor assim e agüentar a necessária distância?

Os poetas deveriam saber a resposta. Mas é justamente porque eles se perguntam isso todos os minutos de suas vidas que aparecem os versos.

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