22.1.03

Stevie Ray Vaughan morreu num estúpido acidente de helicóptero em agosto de 1990, após um show junto com Eric Clapton e Buddy Guy. Tinha 35 anos. Mas seu legado na guitarra é eterno. Peguei um DVD com duas apresentações suas no programa "Austin City Limits", uma em 83, no começo do sucesso, e outra em 89, no auge. Nas duas, o homem estava soberbo. Mesmo nervoso na primeira, ele arrasou em "Pride and Joy" e "Voodoo Chile", de Hendrix, uma música que poucos guitarristas conseguem executar direito até hoje. Na segunda, mais relax, com a adição do excelente tecladista Reese Wyman à sua Double Trouble, Vaughan arrasa ainda mais em sons como "Don't bother knocking", "Cold shot" e "Crossfire".
Eu me confesso um viciado em solos de guitarra, ainda mais se tiverem embutido o feitiço do blues. Gosto de rock pesado, mas não necessariamente do que meu antigo professor de música chamava de "pilotos de guitarra" -- aqueles caras que tocam um zilhão de notas por minuto, sem deixar o ouvinte saborear realmente a beleza do instrumento. Existem alguns muito bons, é verdade, como o Yngwie Malmsteen, por exemplo, mas para mim o bom guitarrista é aquele que sabe dar a nota certa na hora certa. Uma questão de feeling, e, claro, de dom também. Acho que na música pop mainstream de hoje os solos fazem muita falta.

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