Minicontos do (des)conforto -- 42
Gostava de observá-la dormindo, despudorada. Era quando revelava toda a inocência escondida na mulher forte e decidida. Isso também acontecia, em menor escala, quando ela estava distraída, fazendo qualquer coisa trivial -- fumando, lendo, escolhendo uma uva geladinha.
No dia seguinte, ganhou um dinheirinho inesperado no bicho. Chamou-a para a noite e gastaram tudo numa bela farra. Depois, no chope semanal com os amigos, ouviu de um deles:
-- Aí, cara, como é que você desperdiça tua sorte dessa maneira, gastando tudo no mesmo dia?
A resposta saiu de pronto.
-- Não foi desperdício. Minha sorte está em casa e eu investi nela.
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