Bacana mesmo é descrever o amor
e o magnetismo irreprimível
que faz a alma estremecer
diante da beleza dela.
Mas ultimamente é outono aqui dentro
e só há folhas rodopiando
nas margens das veias entediadas;
o vento respirado
só traz odor de passado e saudade
e as retinas não captam mais
os sinais de encantamento que ela emite.
O inverno logo virá para o abraço
Tão branco e antisséptico
quanto as crenças materialistas dos sabidos de plantão.
Bacana não é saber, é se entregar
e se fazer um com ela, com tudo.
Mas o inverno vem, com o tempo nos ombros
e rindo com dentes perfeitos
das nossas paixões ansiosas.
Quem escapará da neve sem trilhas?
Não eu, um poeta sem rumo desde sempre;
não eu, um menestrel de dedos enrugados;
não eu, um ponto e vírgula suspenso no texto.
Um comentário:
o que eu estava procurando, obrigado
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