27.7.10

Bacana mesmo é descrever o amor
e o magnetismo irreprimível
que faz a alma estremecer
diante da beleza dela.

Mas ultimamente é outono aqui dentro
e só há folhas rodopiando
nas margens das veias entediadas;
o vento respirado
só traz odor de passado e saudade
e as retinas não captam mais
os sinais de encantamento que ela emite.

O inverno logo virá para o abraço
Tão branco e antisséptico
quanto as crenças materialistas dos sabidos de plantão.

Bacana não é saber, é se entregar
e se fazer um com ela, com tudo.

Mas o inverno vem, com o tempo nos ombros
e rindo com dentes perfeitos
das nossas paixões ansiosas.

Quem escapará da neve sem trilhas?
Não eu, um poeta sem rumo desde sempre;
não eu, um menestrel de dedos enrugados;
não eu, um ponto e vírgula suspenso no texto.

Um comentário:

Anônimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado