E não é que a Meg não morreu mesmo? Caramba... E eu que dei pêsames no outro blog.
Não só não morreu como mandou um email (não para mim).
Surrealismo é isso aí.
31.1.07
29.1.07
26.1.07
Quatro frases lapidadres do matemático e filósofo britânico Bertrand Russell (1872-1970):
"O segredo da felicidade é o seguinte: deixar que os nossos interesses sejam tão amplos quanto possível, e deixar que as nossas reações em relação às coisas e às pessoas sejam tão amistosas quanto possam ser."
"Inestimável é o valor do sentimento que faz um homem e uma mulher se amarem com paixão, imaginação e ternura; desconhecê-lo é uma grande desventura."
"Se nos fosse dado o poder mágico de ler as mentes uns dos outros, o primeiro efeito seria sem dúvida o fim de todas as amizades."
"Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força, e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. Mas se sua crença se baseia na fé, você perceberá que a discussão é inútil e, portanto, recorrerá à força, ou na forma de perseguição ou anestesiando e distorcendo as mentes das crianças no que é chamado 'educação'."
"O segredo da felicidade é o seguinte: deixar que os nossos interesses sejam tão amplos quanto possível, e deixar que as nossas reações em relação às coisas e às pessoas sejam tão amistosas quanto possam ser."
"Inestimável é o valor do sentimento que faz um homem e uma mulher se amarem com paixão, imaginação e ternura; desconhecê-lo é uma grande desventura."
"Se nos fosse dado o poder mágico de ler as mentes uns dos outros, o primeiro efeito seria sem dúvida o fim de todas as amizades."
"Se você acha que sua crença é baseada na razão, você a defenderá com argumentos e não pela força, e renunciará a ela se seus argumentos se mostrarem inválidos. Mas se sua crença se baseia na fé, você perceberá que a discussão é inútil e, portanto, recorrerá à força, ou na forma de perseguição ou anestesiando e distorcendo as mentes das crianças no que é chamado 'educação'."
24.1.07
Reproduzo aqui o maravilhoso texto de José Castello publicado no último Prosa e Verso. Não deixem de ler. É uma porrada.
"O pai humilhado
José Castello
Sofremos, hoje, de um persistente sentimento de mal-estar. Para além dos eventos do real, alguma coisa, a que não conseguimos dar um nome, dói, sem parar, dentro de nós. Essa agonia não tem causa precisa, não é o efeito direto de um ataque, ou de uma decepção. Eis o problema maior: sofremos, sem saber dizer de que sofremos.
Na literatura, este mal-estar errante, e aflitivo, se expressa no sentimento, cada vez mais comum, de que "tudo já foi escrito". Uma perplexidade diante do papel em branco que se parece com uma vertigem, na qual a palavra - e não a consciência - nos fosse roubada.
O mal-estar está em toda parte. Sua face mais visível, contraditoriamente, é o sentimento de vazio, como se todos carregássemos uma folha em branco dentro de nós. Sofremos não de uma presença, mas de uma ausência. De uma fome que alimento algum sacia.
Os escritores, que partem de cadernos vazios e de páginas em branco, lidam diariamente com isso. Muitas vezes, seu desalento diante do mundo parece ser só uma pose, ou uma afetação. "Arquivos do mal-estar e da resistência", valente ensaio do psicanalista carioca Joel Birman lançado pela Civilização Brasileira, nos faz ver que não é. O mal-estar, hoje, pertence a todos.
Até pouco tempo, diz Birman, os psicanalistas eram procurados por pacientes nervosos, com o coração em guerra, feridos por uma luta interior que não podiam resolver. Eles se deitavam no divã em busca de um pouco de paz. Hoje, em vez disso, os psicanalistas recebem em seus consultórios pessoas que se declaram vazias. Seu grande problema é não ter um problema. Sua dor maior é a incapacidade de sentir dor. O mal-estar, agora, é isso: um rombo.
Desamparados, buscam artifícios que preencham o buraco que trazem no coração. Drogas pesadas, álcool ou comida em excesso, sexo compulsivo, a obsessão pelo trabalho, a mania de comprar e comprar, tranqüilizantes, antidepressivos - a esses substitutos se apegam, na esperança vã de tampar o rombo pelo qual sua vida escorre.
Ainda assim, o vazio se dissemina. Nos dias de hoje, dominados pela agitação, pela brutalidade, pela dispersão, já não controlamos nossas vidas. Somos todos, um pouco, como os personagens do gaúcho João Gilberto Noll: vagamos, tateamos, afundamos em nosso próprio fosso.
Borges dizia que a literatura se faz no caos, mas que o escritor só pode lidar com o caos porque se apóia na suposição de um cosmos. Na idéia de que no interior do caos existe uma ordem secreta, inacessível, quase inútil, mas que ainda assim está ali. Só porque se consolam com isso, escritores conseguem escrever.
Sem essa suposição, perdemos a força. Pais inquietos e fracos, incapazes de lidar com os filhos. Professores nervosos, já sem nenhuma autoridade. Instituições que desmoronam, governos instáveis, populações à deriva. O mundo - eis o que sentimos de pior - se torna um trem desgovernado. No fundo desse vazio, Birman diz, está a figura lastimável de um pai humilhado.
O pior: diante da fraqueza do pai, nos apegamos, muitas vezes, à utopia de um pai onipotente. Ele pode ser insensível, pode ser cruel, pode ser tirano - mas funciona. Na penúria e no desamparo, sentimos uma nostalgia louca das algemas, como se a única forma possível de viver fosse a submissão.
Os escritores, que partem de uma folha em branco e têm o vazio como matéria, sabem que a coação e a onipotência de nada servem. Escrever é dialogar com a imperfeição. Atitude que, transposta para a vida, sugere Birman, conduz direto à fraternidade.
A literatura trafega na contramão do mundo prático, de medições e de resultados, que hoje habitamos. Escrever é avançar em direção a um destino a que nunca chegaremos. Esta viagem sem rumo, no entanto, não provoca agonia. Traz, isso sim, uma pequena, efêmera, mas preciosa, felicidade.
Não é estranho que psicanalistas e escritores se entendam. Ambos lidam, no fim, com a mesma matéria: o desassossego que, na aflição, chamamos de agonia, mas que, se desistimos de esperar uma salvação, chamamos de vida."
"O pai humilhado
José Castello
Sofremos, hoje, de um persistente sentimento de mal-estar. Para além dos eventos do real, alguma coisa, a que não conseguimos dar um nome, dói, sem parar, dentro de nós. Essa agonia não tem causa precisa, não é o efeito direto de um ataque, ou de uma decepção. Eis o problema maior: sofremos, sem saber dizer de que sofremos.
Na literatura, este mal-estar errante, e aflitivo, se expressa no sentimento, cada vez mais comum, de que "tudo já foi escrito". Uma perplexidade diante do papel em branco que se parece com uma vertigem, na qual a palavra - e não a consciência - nos fosse roubada.
O mal-estar está em toda parte. Sua face mais visível, contraditoriamente, é o sentimento de vazio, como se todos carregássemos uma folha em branco dentro de nós. Sofremos não de uma presença, mas de uma ausência. De uma fome que alimento algum sacia.
Os escritores, que partem de cadernos vazios e de páginas em branco, lidam diariamente com isso. Muitas vezes, seu desalento diante do mundo parece ser só uma pose, ou uma afetação. "Arquivos do mal-estar e da resistência", valente ensaio do psicanalista carioca Joel Birman lançado pela Civilização Brasileira, nos faz ver que não é. O mal-estar, hoje, pertence a todos.
Até pouco tempo, diz Birman, os psicanalistas eram procurados por pacientes nervosos, com o coração em guerra, feridos por uma luta interior que não podiam resolver. Eles se deitavam no divã em busca de um pouco de paz. Hoje, em vez disso, os psicanalistas recebem em seus consultórios pessoas que se declaram vazias. Seu grande problema é não ter um problema. Sua dor maior é a incapacidade de sentir dor. O mal-estar, agora, é isso: um rombo.
Desamparados, buscam artifícios que preencham o buraco que trazem no coração. Drogas pesadas, álcool ou comida em excesso, sexo compulsivo, a obsessão pelo trabalho, a mania de comprar e comprar, tranqüilizantes, antidepressivos - a esses substitutos se apegam, na esperança vã de tampar o rombo pelo qual sua vida escorre.
Ainda assim, o vazio se dissemina. Nos dias de hoje, dominados pela agitação, pela brutalidade, pela dispersão, já não controlamos nossas vidas. Somos todos, um pouco, como os personagens do gaúcho João Gilberto Noll: vagamos, tateamos, afundamos em nosso próprio fosso.
Borges dizia que a literatura se faz no caos, mas que o escritor só pode lidar com o caos porque se apóia na suposição de um cosmos. Na idéia de que no interior do caos existe uma ordem secreta, inacessível, quase inútil, mas que ainda assim está ali. Só porque se consolam com isso, escritores conseguem escrever.
Sem essa suposição, perdemos a força. Pais inquietos e fracos, incapazes de lidar com os filhos. Professores nervosos, já sem nenhuma autoridade. Instituições que desmoronam, governos instáveis, populações à deriva. O mundo - eis o que sentimos de pior - se torna um trem desgovernado. No fundo desse vazio, Birman diz, está a figura lastimável de um pai humilhado.
O pior: diante da fraqueza do pai, nos apegamos, muitas vezes, à utopia de um pai onipotente. Ele pode ser insensível, pode ser cruel, pode ser tirano - mas funciona. Na penúria e no desamparo, sentimos uma nostalgia louca das algemas, como se a única forma possível de viver fosse a submissão.
Os escritores, que partem de uma folha em branco e têm o vazio como matéria, sabem que a coação e a onipotência de nada servem. Escrever é dialogar com a imperfeição. Atitude que, transposta para a vida, sugere Birman, conduz direto à fraternidade.
A literatura trafega na contramão do mundo prático, de medições e de resultados, que hoje habitamos. Escrever é avançar em direção a um destino a que nunca chegaremos. Esta viagem sem rumo, no entanto, não provoca agonia. Traz, isso sim, uma pequena, efêmera, mas preciosa, felicidade.
Não é estranho que psicanalistas e escritores se entendam. Ambos lidam, no fim, com a mesma matéria: o desassossego que, na aflição, chamamos de agonia, mas que, se desistimos de esperar uma salvação, chamamos de vida."
22.1.07
Está no site do Globo Online uma música minha, que gravei para uma matéria no Info Etc mostrando como o computador facilita a vida das gravações em estúdio. A música se chama "É você", e nela toquei os violões e as guitarras, inclusive a solo (trata-se de um hard rock estilo anos 70), além de cantar. O baixo ficou a cargo do veterano Carlos Castanheira, e a batera foi toda arranjada dentro do próprio computador. Se ficarem curiosos e quiserem conferir, estará em http://oglobo.globo.com/tecnologia/audio/2007/991/default.asp
A matéria é a capa do caderno desta segunda.
A matéria é a capa do caderno desta segunda.
17.1.07
Estava lendo este fim de semana uma reportagem sobre os anos finais da vida de Rimbaud como mercador na África. Que triste fim para um poeta. Consta que os textos da fase final da vida de Rimbaud tratavam apenas de contas e negócios...
Parafraseando Guevara, é preciso endurecer contra o mundo real, para não perder a poesia. Quando a realidade entra pela janela, cabe ao poeta defenestrá-la novamente.
Parafraseando Guevara, é preciso endurecer contra o mundo real, para não perder a poesia. Quando a realidade entra pela janela, cabe ao poeta defenestrá-la novamente.
12.1.07
Estou lendo uma biografia do Ricardo III, o célebre vilão da peça de Shakespeare. Só que, na vida real, a história é outra, e os historiadores se digladiam sobre a verdadeira personalidade do controverso rei inglês. Esta biografia procura reparar sua reputação, manchada por seus inimigos Tudor, para quem Shakespeare escreveu. Até hoje Ricardo é acusado por seus detratores de matar seus jovens sobrinhos para ocupar o trono em 1483. Um crime nunca resolvido e que continua envolto em brumas há cinco séculos. Uns historiadores garantem que foi ele; outros dizem que não, que isso não combina com sua lealdade de ferro ao irmão Eduardo IV, pai dos sobrinhos em questão.
O livro, escrito pelo historiador americano Paul Murray Kendall, narra as batalhas e reviravoltas da Inglaterra do século XV com um estilo de romance de aventura (embora muito bem documentado). Simplesmente não dá para largar. Como é bom ler um livro assim. A gente até lê mais devagar porque fica com pena quando vai acabando...
O livro, escrito pelo historiador americano Paul Murray Kendall, narra as batalhas e reviravoltas da Inglaterra do século XV com um estilo de romance de aventura (embora muito bem documentado). Simplesmente não dá para largar. Como é bom ler um livro assim. A gente até lê mais devagar porque fica com pena quando vai acabando...
6.1.07
Assinar:
Postagens (Atom)