14.4.04

Extraído do blog do Léo Jaime:

"Guerra do tráfico no Rio

Só há tráfico porque há compradores. O dinheiro para as balas que oprimem a sociedade sai do bolso do usuário. A grana que corrompe o estado brasileiro sai do bolso do usuário.
Uma pergunta: não dá pra ficar sem comprar? Nem esses episódios o motivam? Saber que o mundo em que você vive está pior por sua causa, que gente inocente morre todo dia, que criancas são cooptadas pelo crime, que toda a estrutura do país fica comprometida não te deixa com vontade de deixar de comprar por uns seis meses?
É impressionante a falta de civilidade. É impressionante o nivel de alienação. E um horror que nessa guerra a população esteja inclinada a torcer pelos bandidos e contra a polícia."


Há muita hipocrisia na mídia sobre esse assunto. Eu tenho horror a Little Boy e Little Rose, mas é fácil jogar a culpa em cima do governo e das corporaçòes (como todos gostamos de fazer) e não pensar em como a droga está disseminada socialmente e culturalmente hoje em dia.

Nesse ponto o pessoal "muderno" pode me chamar de extremamente careta. Experimentei maconha duas vezes para nunca mais. Fico nas drogas "legais": álcool e cigarro (e não sou viciado em nenhuma delas). E faço absoluta questão de educar minhas filhas para que elas não alimentem o ciclo.

Certamente falta governança e infra-estrutura decente para o trabalho policial. Mas, como no caso dos pitboys, faltam pais responsáveis que tomem a si, a sério, a tarefa de criar um filho.

E falta, sim, o país acreditar que investir em educação é a saída. E não no "spread" mais alto do mundo.

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