28.9.02

A night to remember

Ontem aconteceu a melhor noitada que tive nos últimos tempos. Não quis que ela acabasse, foi simplesmente demais. Depois do fechamento, Elis e eu saímos para "abrir os trabalhos" etílicos no Lamas, onde ficamos até cerca das onze, papeando. De lá partimos para o Casarão Hermés, na ladeirona da Hermenegildo de Barros. Um lugar gostosíssimo, de onde se obtém uma visão ímpar da Cidade Maravilhosa. Rolava por lá a festa organizada pela minha doce Crib Tanaka para comemorar 15 anos de amizade com mais três beldades. Sentamos na varanda e rimos demais com a Crib, que estava com a corda toda (ela nem sempre fala muito, a não ser via email, e adorei vê-la agitada e entusiasmada). Permanecemos no Casarão até uma da madrugada, quando então zarpamos em direção à festa de 31 anos do Maloca, na Spin, em Ipanema. Nesta eu já entrei roubando o copo de uísque do aniversariante (e olhem que já havia descido um conhaquinho e uma caipirinha) e subi para cumprimentar a galera roqueira mais legal da cidade: Gustones, Maggi, Rodrigão, Carlos, China... Long live everyone.
E lá estava Alessandra Archer, que eu não via há mais de dois meses. Estava morrendo de saudade dela (assim como da Crib). Mais uns goles e caí na pista. Dançamos a noite inteira, quase sem parar, e conversamos o possível no meio daquele agito. Elis e eu também ensaiamos alguns bons passos no meio da bagunça (eu adoro dançar com ela).
Saímos com o dia claro, quase seis horas da manhã. Maloca, já para lá de Vladivostok, ordenou: todos ao Cervantes. Fomos Maggi, eu, Carlos e ele. Dormi na casa do Maggi e do Maloca. Eu no sofá e a cinzenta gata Sofia em sua "almofada" privê.
O momento mais bizarro da noite começou com uma conversa rápida entre mim e Maggi:
-- André, você vai dormir lá em casa?
-- Vou, pode ser?
-- Beleza. Avisa a Elis que, se ela não se sentir legal para dirigir na volta, tem espaço lá, qualquer coisa.
-- Beleza.
Ato contínuo, eu me viro, pego a Elis pelo braço e repito o que Maggi me disse no ouvido dela. Só que... não era a Elis!!!!! Vocês acreditam que este Guardião tresloucado estava falando com uma menina desconhecida (soube depois que era a outra aniversariante da noite) e a convidando na lata para ir dormir comigo na casa de um terceiro???!!!!
Surreal é isso, baby.
Eu devia ter levado uma bofetada na cara. Mas o que aconteceu é parte do motivo por que chamam esta cidade de de maravilhosa. Quando me dei conta do que estava fazendo, pedi perdão de joelhos (literalmente) à menina -- e ela simplesmente riu muito do absurdo da coisa. Mais tarde ainda me pediu um cigarro. Obrigado, meu São Sebastião, por me deixar nascer um carioca da gema no Grajaú.
E a noite devorou todos os erros, e eu me vi fora da realidade depois do terceiro uísque. É quando as emoções se soltam de você, genuínas, sem polimento. E como a gente precisa disso de vez em quando. Oxalá haja muitas noites assim em nossas vidas.

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