18.1.10

Para uma imperatriz sem diadema (mas uma verdadeira imperatriz)

No salão cheio de ninguéns
seus olhos eram os faróis negros
do conhecimento;
e saber (saber de verdade)
é sempre um risco,
quanto mais saber que se ama.

Olhar seus olhos tão negros
e poder beijá-la de leve no pescoço, no fim da festa,
transtornou o quebra-cabeça engordurado e mal resolvido
que venho me tornando há muitos anos.

E lembro quando você me abraçou com suavidade
e, a Diplomacia personificada,
disse que não poderia vir ao chope.
Mas seu cuidado, seu carinho aveludado
ao expor as minúcias de sua ausência
foi mais caro ao meu coração
que a boêmia em si.

Espero um dia deitá-la em meu colo
e cantar até que mergulhe em sonhos
onde flores amarelas envolvam seu corpo
nos bosques do esquecimento.

Um comentário:

Anônimo disse...

Onde foi parar o meu fôlego?
Muito bonito isso.