Verissimo sempre enfia a ponta de sua caneta na veia. Da sua coluna de hoje:
"(...) Os que hoje propõem a 'flexibilização' dos direitos dos trabalhadores conquistados em anos de luta (como os que os franceses hoje defendem nas ruas de Paris) babariam com o que veriam no século XIX: homens, mulheres e crianças trabalhando 15 horas por dia, sem qualquer amparo, e sem qualquer encargo legal ou moral, fora os magros salários, para seus empregadores."
Aqui no Brasil, onde o capitalismo ainda é totalmente selvagem, esse blablablá de livre negociação, fim de carteira assinada, contratos temporários, enfim, a tal flexibilização, tudo isso é conversa para boi dormir: as palavras elegantes escondem a involução das conquistas sociais, a regressão à barbárie (como se já não tivéssemos barbárie suficiente no país) e mais, mais, mais dinheiro para a turma já endinheirada, que nos olha de cima como se não passássemos de um monte de merda.
Eu esperava do atual governo, no mínimo, uma política salarial, coerente com o que o partido pregou ao longo de duas décadas. Mas os bancos nunca lucraram tanto, a galera da especulação financeira nunca esteve tão bem e nós, assalariados, somos como párias dentro de nosso próprio país. É uma vergonha!
E isso tudo sem falar da corrupção. Que, se não é nova e vem de outros governos (o que não a torna menos que inaceitável) é absolutamente imperdoável para quem sempre se proclamou sacerdotisa da ética.
Eu mal posso esperar a hora da eleição. Que os traidores do povo tenham seu próprio cadafalso dentro das urnas.
Eu não vou anular meu voto, que é minha única arma.
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