31.8.03

Em campanha!



Precisa-se de uma editora para os poemas do Cadafalso.

30.8.03

Minicontos do desconforto -- 56

Desceu do avião rindo. Sexta-feira. Dia de relaxar depois do desfile protocolar. Talvez agradasse um pouco a esposa, para variar. Ela estava sempre impecável, mas ele podia ver sua desintegração interna. E sabia que era culpa dele, de sua boêmia incorrigível.

Tomaram café, depois saíram para o sol. Meio-dia. A temperatura estava agradável, era outono. Só ia ser preciso agüentar o chato do governador.

As pessoas acenavam para o carro. Ele acenava de volta, um pouco surpreso com a recepção. Só mais uma curva, pensou, despreocupadamente.

E foi então que a primeira bala acertou seu pescoço.

A maior surpresa, mesmo, foi se encontrar com Aldous Huxley no céu, doidão de mescalina, que morrera naquele mesmo 22 de novembro de 1963.
Pronto, pus mais uma família de comentários aí embaixo. Quando o Yaccs voltar, haverá duas opções para os amigos deste blog. Não dava mais para ficar só com um tipo de sistema.
A Rolling Stone traz um maravilhoso artigo de Peter Townshend, do Who, sobre Jimi Hendrix. Também faz uma lista dos 100 maiores guitarristas de todos os tempos. Como não podia deixar de ser, está faltando gente lá. Como Rory Gallagher, Ace Frehley, Joe Satriani, Jan Akkerman, Gary Moore, Yngwie Malmsteen...

29.8.03

Ainda sobre o Stallman: outro dia, estávamos conversando na redação sobre ele e suas excentricidades, seu desleixo pessoal. etc. Mas depois fiquei refletindo e pensei que há um outro lado nessa percepção dele: a gente está tão desacostumado a encontrar alguém capaz de se entregar totalmente a um ideal que, no fundo, estranha. É claro que o cara é um exemplo hiper-radical. Você não precisa ser tão desligado das coisas boas da vida para acreditar em algo, certo? Mas a verdade é que o discurso dele, seu desejo de mudar o mundo (e moçada, como esse mundo precisa mudar) é algo que não ouço, parece-me, há milênios.

27.8.03

Está na Patrícia Kogut de hoje:

"Smoke on the water no Projac

Banda que existe desde 1968, o Deep Purple vem ao Brasil em setembro. Os roqueiros fizeram um único e surpreendente pedido: gravar uma participação no “Casseta & planeta”. A gravadora, a Virgin, entrou em contato com a produção do programa e os humoristas já estão criando um quadro em que Fucker e Sucker serão guarda-costas dos músicos."

Isso só é mesmo possível na era pós-Ritchie Blackmore no Purple. Já imaginaram o guitarrista mais mal-humorado do planeta ao lado de Bussunda e cia?
Não há alegria melhor do que ser capaz de dar uma força na hora certa para um grande amigo numa fase difícil.

E a gente deve sempre se lembrar destes versos dos Stones:

You can't always get what you want
But if you try sometimes
You just might find
You get what you need
Há dias em que é preciso ser realmente humilde e reconhecer que o acaso não é mero acaso. E simplesmente agradecer ao Espírito.

25.8.03

"Skillful listening is the best remedy for loneliness, loquaciousness, and laryngitis."

William A. Ward

21.8.03

Entrevistei mais uma vez hoje à tarde o guru do free software Richard Stallman, fundador e presidente da Free Software Foundation, criador do sistema GNU e do copyleft. Como sempre, ele foi de uma lucidez impressionante ao relacionar o tema software e comportamento, para além das questões econômico-tecnológicas. Sua verve de respostas em defesa do seu ideal é simplesmente inexaurível.

20.8.03

Minicontos do desconforto -- 55

O pai lhe disse: depois de todos esses anos, eu ainda não sei quem você é.
Ele ficou quieto um tempo, depois respondeu: e por que você acha que comigo é diferente?

18.8.03



Uma iniciativa muito legal, bem aqui.

14.8.03

Gente, e não é que a cada mês que passa as contas mais se empilham?

11.8.03

Mais uma de filme: para quem já achava a Rebecca Romijn-Stamos sensual na pele azul de sua personagem em "X-Men", espere até vê-la em "Femme Fatale", do Brian de Palma...

8.8.03

Ainda falando em filmes: vi no VHS o hilário (em parte, arrasante em algumas tiradas) "Adaptação", em que Nicolas Cage é o mané perfeito (pelo menos no caso do personagem principal, Charlie Kaufman. Ele também interpreta o irmão Donald, uma figuramalaça sem alça, mas gente boa). Cara Seymour está uma graça como seu objeto de desejo.

A fala mais legal do filme é em off, dita pelo personagem John Laroche (Chris Cooper):

"A questão é a seguinte: o que é maravilhoso é que cada uma dessas flores tem um relacionamento especial com o inseto que a poliniza. Há um determinado formato de orquídea que se parece exatamente com um certo inseto, de modo que o inseto é atraído para essa flor, seu duplo, sua alma gêmea, e não quer nada além de fazer amor com ela. E depois o inseto voa para longe, acha outra alma gêmea e faz amor com ela, polinizando-a. E nem a flor, nem o inseto jamais entenderão o signficado desse ato de amor. Isto é, como poderiam eles saber que, por causa de sua pequena dança, o mundo vive? Mas é o que acontece. Só por fazer aquilo que estão destinados a fazer, algo grande e magnífico acontece. Nesse sentido, eles nos mostram como viver -- como o único barômetro que você tem é seu coração. Como, assim que você encontrar sua flor, não pode deixar que mais nada se interponha no caminho."

Isso é realmente poderoso.

7.8.03

"To the well-organised mind, death is but the next great adventure."

Albus Dumbledore

6.8.03

E Miranda Richardson dá um show também.
Vi "Spider", do David Cronenberg. O filme é extremamente devagar, mas dá para viajar no delírio do incrível Ralph Fiennes. E sua hsitória é triste, triste.

5.8.03

"People need trouble -- a little frustration to sharpen the spirit on, toughen it. Artists do; I don't mean you need to live in a rat hole or gutter, but you have to learn fortitude, endurance. Only vegetables are happy."

William Faulkner

3.8.03

De plantão na redação hoje (suspiro). Ainda agora comentava com uma amiga: pensei tanto numa profissão bem diferente daquela do meu pai (médico) para abraçar e acabei numa que dá plantão e tem emergências também.. ;-)

1.8.03

Wilde dizia, e estava certo, que experiência é o nome que damos a nossos erros. E bota erro nisso. De vez em quando a gente se flagra pensando em todas as besteiras que fez, e sente que elas pesam. Mas muitas vezes é tarde demais para o conserto, que pode gerar ainda mais mal-entendidos. Talvez por isso a idéia de perdão seja tão importante: ser capaz de perdoar os outros pelo que lhe fizeram e também a você mesmo pela quantidade mastodôntica de burrices que cometeu, especialmente na juventude. Esse é o perdão mais difícil, porque tendemos a ser extremamentes cruéis conosco.