O maravilhoso Verissimo, hoje no Globo...
"Nós todos precisamos de cifras definitivas, mas estamos presos à mesma fatalidade: só a teremos depois de tudo terminado. Quer dizer: nunca. Não há fim que justifique os meios porque tudo, no fim, é meio. A cena final que explica tudo só existe na literatura policial. Nas nossas vidas, mal escritas e cheias de pistas falsas, nunca estamos presentes no desenlace. Morremos, invariavelmente, no penúltimo capítulo. E de todas as crueldades da morte, a maior é não podermos participar do nosso próprio velório, circular entre parentes e amigos, anotando quem foi e quem não foi, e ouvir o que falam de nós na nossa posteridade. E descobrir o que, afinal, a nossa vida quis dizer."
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