25.10.06

Moçada, eu estava de férias, por isso a longa ausência. Mas estou de volta para novos posts.

10.10.06

Minhas colunas mais recentes no Info etc:

18-9-2006

DE CEM ANOS A UM SEGUNDO

André Machado

A computação do futuro será a do invisível. A lei de Moore - que diz que o processamento dobra a cada ano e meio - será definitivamente derrubada por ela. Estamos falando da computação quântica, para onde nossos bits de cada dia caminham a passos largos. Hoje, em grande parte, essa computação é teórica, resolvida em equações complicadíssimas, mas seus processos já estão sendo usados em áreas como cálculo, busca e criptografia.
Mas como é esse tipo de computação? Haverá algum dia um computador quântico semelhante aos nossos PCs de mesa ou notebooks? Existem complicações para chegarmos a isso, porque um computador realmente quântico só funcionaria a contento seguindo as leis da física de partículas, e não sendo jamais perturbado pela natureza. Esse tipo de isolamento total é praticamente impossível, por isso não espere ver um computador quântico na próxima promoção das Casas Bahia.
Por outro lado, a passagem da computação para o mundo sub-sub-submicroscópico é uma questão de tempo. Segundo o físico Jean Faber, especialista no assunto, doutor pelo LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) e pós-doutorando da COPPE/UFRJ, a lei de Moore também pode ser entendida como o número de átomos necessários para representar um bit.
- Na década de 20 você tinha um monte de átomos para representar um único bit - diz Jean. - Mas com o passar do tempo são necessários cada vez menos átomos para representar um bit. Um dia, um só átomo representará um bit. É o que se espera. E aí teremos que usar a mecânica quântica para manipular esses átomos-bits. Que nada mais serão do que bits quânticos.
A computação quântica desafia a física clássica, em que já estamos acostumados a compreender quase inconscientemente conceitos como gravidade, inércia e etc. Se você balança uma árvore, algo vai cair lá de cima; se bate num carro, ele será empurrado e assim por diante. No mundo quântico, onde estamos falando de elétrons ou pedacinhos deles, tudo é diferente.
No nosso computador de casa ou do trabalho, tudo funciona exatamente como Alan Turing, o inventor do computador clássico, imaginou 70 anos atrás. Todas as tarefas são traduzidas em bits, que obedecem ao velho código binário: ou representam zero, ou representam 1. Tudo o que fazemos no computador pode ser representado por sucessões intermináveis de zeros e uns misturados. Outra coisa: a lógica do PC clássico é chamada de irreversível, porque ela produz um desgaste físico, dissipando calor no processamento - ou seja, a cada operação, perde-se alguma informação na natureza. Por isso nossos PCs precisam de ventiladores em cima do processador.
Segundo Jean, o que diferencia os bits quânticos dos bits clássicos são duas características especiais:
1) Eles podem representar zero, um ou zero e um ao mesmo tempo .
2) Eles podem criar uma ligação entre si de modo que, se um bit for mexido, seu "irmão gêmeo" seja mexido também, mesmo que esteja no Japão ou em outro planeta. É uma espécie de sintonia (chamada emaranhamento quântico). Como se os dois bits fossem um.
Essas loucas propriedades têm um efeito a-b-sur-do na velocidade do computador. Existem contas matemáticas complexas que os PCs clássicos demoram muito a fazer. (Elas, inclusive, são a base da criptografia clássica: você cria uma chave ou senha secreta tão longa que o computador levaria anos para decifrar.) Processos matemáticos como a fatoração de números primos podem levar cem anos para serem concluídos num PC clássico. Com os bits quânticos turbinados e seus estados extras, contas assim podem ser feitas em segundos. A criptografia fica praticamente inviolável. E a busca enxerga mais dados a um só tempo.

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21-08-06

NÃO É SÓ PARA OS TÉCNICOS

André Machado

Distribuições de Linux, existem muitas. Algumas formaram comunidades tão fortemente unidas no Brasil que quando seus mantenedores lá fora têm algum problema, passam a responsabilidade para a turma daqui. É o caso do Slackware, cujos valorosos membros no Brasil, entre eles o analista Bruno Collovini, fazem um trabalho de desenvolvimento tão certeiro que chamam a atenção de seus pares internacionais.
As comunidades open-source de modo geral se destacam pelas características técnicas de seus integrantes, embora isso não seja uma regra. As Linuxchix brasileiras, em geral representadas pela bela e bem-articulada Sulamita Garcia, têm por meta afirmar a participação da mulher no movimento open-source, seja atuando no desenvolvimento ou simplesmente contribuindo como usuárias.
A prova de que não é preciso ser um técnico nem escovar bits para participar de uma comunidade de software aberto talvez esteja na trajetória de David Barzilay, embaixador brasileiro com assento no comitê internacional da distribuição Fedora Core. Curiosamente, a relação de David, publicitário de formação, com o Fedora - coração open-source do código que alimenta o Red Hat Enterprise Linux - começou na longínqua Brisbane, na Austrália. Foi lá que ele começou a trabalhar no projeto de tradução da distribuição para o português do Brasil.
- Dessa maneira, intensifiquei relações com a comunidade Fedora, e as pessoas descobriram que nem só a turma mais técnica pode colaborar com o software aberto - me disse David.
A história toda levou à fundação de uma lista (hoje com quase 300 membros) ligada à tradução de softwares e manuais do Fedora e acabou por transformar David num dos nove embaixadores do comitê global da distribuição - o único brasileiro do grupo. Esses embaixadores ajudam a difundir o uso do Fedora ao redor do mundo e fomentam a criação de comunidades dedicadas a trabalhos variados, desde o desenvolvimento de programas e funções até desenho e tradução de interfaces, por exemplo.
- O comitê se reúne online semanal ou quinzenalmente, sempre via IRC - conta David.
Depois de cinco anos na Austrália, ele está de volta ao Brasil, onde assumiu na Red Hat a gerência de marketing e relacionamento com a comunidade. E se prepara para o lançamento do Fedora 6, marcado para o mês que vem. O destaque do novo Fedora deverão ser suas tecnologias de virtualização, que permitem simular mais de uma CPU no computador e rodar outros sistemas junto com o Linux. Elas terão um gerenciador com interface gráfica. A versão 6 virá com os novíssimos ambientes gráficos para a área de trabalho Gnome 2.16 e KDE 3.5.3, atualizador de pacotes com ícones para informar sobre updates disponíveis e mais recursos para rodar programas em Java. O novo Fedora também poderá rodar nos Macs com processadores Intel.
Para David, o diferencial do Fedora é que boa parte do que é criado para ele entra no seu core, não ficando apenas como um anexo. E o fato de que o sistema é a base do Red Hat Enterprise Linux faz com que ele seja continuamente testado no mundo corporativo, contribuindo para futuras melhorias, num círculo que se realimenta ad aeternum.

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Uma coisa a notar nas séries de ação da TV hoje é o uso cada vez maior da tecnologia nos episódios. Em "24 Horas", seriado da Fox cuja quinta temporada chegou ao fim semana passada, a tendência chega ao ápice. As redes de segurança e monitoramento da unidade contra-terrorismo da série são poderosíssimas e o celular do agente Jack Bauer (vivido por Kiefer Sutherland) só falta baixar santo - recebe até plantas arquitetônicas com uma facilidade estonteante. Haja banda larga sem fio. E a bateria nunca acaba. Por outro lado, os computadores da série "Lost" (do AXN), cuja segunda temporada termina hoje, parecem híbridos de mainframes jurássicos e dos primeiros PCs, com telas pretas, letras verdes e impressões com jeito de matricial. Aliás, as folhas de impressão têm... papel importante no episódio de hoje.

1.10.06

Mais sobre o lançamento no Cadafalso I.

Aliás, a Cora fez um post sobre o lançamento em seu blog. Aqui.

E fez esta foto aí de cima.

Minha querida Cora Rónai, eu e Alexandre Freire no lançamento do "Como blindar seu PC", na Letras e Expressões do Leblon.
Moçada, esta foi mesmo a eleição mais desanimada de todas em que estive. Até o tempo em Nikiti City e no Rio, cinzento e lúgubre, combinou com o estado de espírito de todos.