28.2.03



Moçada, desejo um carnaval maravilhoso para todo mundo, seja folião ou "preguição" ;-)
Divirtam-se!

(PS.: a máscara faz parte de uma brincadeira da HP, aqui).

27.2.03

"Quando chegaste, os violoncelos
Que andam no ar cantaram hinos.
Estrelaram-se todos os castelos,
E até nas nuvens repicaram sinos.
Foram-se as brancas horas sem rumo
Tanto sonhadas! Ainda, ainda
Hoje os meus pobres versos perfumo
Com os beijos santos da tua vinda.
Quando te foste, estalaram cordas
Nos violoncelos e nas harpas...
E anjos disseram: – Não mais acordas,
Lírio nascido nas escarpas!
Sinos dobraram no céu e escuto
Dobres eternos na minha ermida.
E os pobres versos ainda hoje enluto
Com os beijos santos da despedida."


(Alphonsus de Guimaraens, "Poemas")

26.2.03

Da CNN.com.br:

"Padre alemão usa máquina de lavar roupas para fabricar cerveja

BERLIM -- Um padre católico alemão inventou um jeito original para produzir cerveja: utilizando uma de máquina de lavar roupas.

Michael Fey, que vive na cidade Duisburgo, região oeste da Alemanha, desenvolveu a idéia de transformar sua lavadora de 35 anos em uma máquina para fermentar cerveja com o objetivo de oferecer a bebida mais barata para os jovens que participam dos encontros que organiza.

-- Tudo o que precisava era de algum lugar no qual pudesse misturar e aquecer os ingredientes -- disse Fey, de 45 anos. -- Então, por que não a máquina de lavar?

De acordo com Fey, que disse produzir 20 litros de cerveja em 10 horas, seu método nada ortodoxo de fabricar cerveja o leva a pensar em experimentar novos sabores."


Comentário: pelo andar da carruagem, no futuro já poderemos falar que alguma cerveja não é "nenhuma Brastemp"...

25.2.03

O cinema

Crib Tanaka e André Machado

De repente percebeu que estava só. E que assim sempre seria. Como naquela música.

Entrou no cinema para ver a sessão das duas horas. Um filme mexicano. Sentiu-se incomodada por não ter nada nas mãos pra ocupar o lugar de seu constrangimento. Comprou então o maior saco de pipoca. Dois reais. E um refrigerante médio.

Sentou-se no meio. Na fila do meio, na cadeira do meio, no meio do cinema. Afundou um pouco o corpo na cadeira de couro vermelha. No primeiro gole que deu, o barulho ecoou.

É sempre assim. Quando acaba o trailer, na hora do silêncio, alguém tosse, abre saquinho de amendoim. Ou o celular toca.

Olhou em volta e percebeu que não havia niguém. Aspirou um ufa.

Começou então a comer a pipoca sem se preocupar com o barulho que poderia fazer. Nem com o fato de alguém poder vê-la enfiando o dedo na boca para tirar pelinhas.

A primeira cena do filme era um assassinato tão brutal que ela saltou na cadeira e derramou metade do refrigerante.

Alguém deu uma gargalhada gutural.

Ela olhou em volta de novo, sobressaltada. Ninguém. Mas não vou fazer como esses personagens idiotas de filme de terror, pensou. Vou sair daqui agora mesmo. Levantou-se e derrubou as pipocas à medida que saía da fileira de cadeiras, meio atabalhoada. Tropeçou e caiu sentada.

Nova gargalhada. Parecia cada vez mais perto.

-- Socorro! -- O grito saiu de suas entranhas agudo e quebrado. Enrubesceu de vergonha. Mas gritou de novo.

As luzes se acenderam. O lanterninha entrou correndo. Perguntou se ela estava bem.

Ela não respondeu. Olhava em volta. Exceto pela fileira onde se sentara, o cinema estava lotado. Então, onde estivera? Jurava que estava tudo vazio.

Tinha mais. Agora o filme era outro. Uma comédia romântica, bem leve.

Saiu dali desorientada. A história nunca mais lhe saiu da cabeça. Imaginou que tivera uma alucinação de algum tipo.

Muitos anos mais tarde, bem velhinha e já um pouco desmemoriada, voltou ao mesmo cinema para ver um drama. Sentou-se com o marido ao lado e conversavam baixinho quando ele puf! desapareceu no ar.

Ela teve um calafrio ao compreender que ele se sentara exatamente na fila do meio, na cadeira do meio, no meio do cinema. E que -- só podia ser -- existia ali algum tipo de portal, de vórtice, entre mundos, tempos ou dimensões.

Depois de hesitar, tomou coragem e sentou-se na cadeira. Pensou ver o marido flutuando em algum ponto da viagem, mas estava tudo embaçado. Até que caiu no chão de um cinema vazio.

Viu então uma moça com um saco de pipoca grande e um refrigerante médio sentada na fila do meio. Mas que ironia.

No escuro, perdeu o ponto preciso onde aterrissara. Compreendeu que não saberia como voltar. Achou um conjunto de interruptores, mas nenhum deles acendia a luz.

Começou a chorar baixinho, arfando, tremendo de terror, cada vez mais histérica.

Então, no limite de seu sistema nervoso, soltou uma gargalhada.

Uma gargalhada gutural.

24.2.03

Do jeito que a coisa vai, daqui a uns cem anos os jovens brasileiros ouvirão falar das cidades sem lei do "Velho Sudeste", com tiroteios nas ruas, bares e boates cheios de valentões e xerifes incompetentes. O Rio daqui a pouco vai poder ser rebatizado como Tombstone.
Enquanto isso, só se pensa nos quatro dias de folia. Folia de quem, cara-pálida? E cá entre nós, ainda tem motivo para algum tipo de alegria coletiva no Sambódromo?
Pensando bem, na verdade tem. As câmeras de televisão e a platéia de turistas. (Atenção: isto foi uma ironia).

22.2.03

Conversas -- IV

-- Estou com um problema.
-- Fala.
-- Adoro minha namorada. Mas ela não me conhece.
-- Como é?
-- Quero dizer, ela não sabe da metade do que se passa na minha cabeça.
-- Vai por mim, meu chapa, é melhor assim. Se elas sabem tudo, o amor acaba na hora.
Risos.
Chegam mais dois chopes.
-- Mas olha, vou explicar melhor. Tem esses negócios que eu escrevo... verdadeiros chafarizes da alma...
-- Você e esses seus termos...
-- Dá para entender, não dá? São aqueles questionamentos, aquelas inquietações que de vez em quando passam pelo cérebro. Como aqueles calafrios inesperados que todo mundo tem.
-- Sei.
-- Pois é. Tenho algumas amigas maravilhosas, com quem compartilho esses escritos mais viajantes. E existe um clima especial com essas amigas que não existe com ela.
-- É, mas com ela existe o sexo.
-- É. É isso aí. Existe a carne, e é ótima. Mas o pouco de romance, de viagem, que a gente tinha no começo já era, sacou?
-- E você imagina poder juntar seus escritos da alma com a mulher que conhece o seu corpo.
-- Mais ou menos isso aí. Cara, o que eu queria era uma mulher que me sacasse por inteiro, que realmente compartilhasse de minhas inquietações... Por isso fico tão fascinado com minhas amigas, tenho verdadeira paixão por elas. Se uma delas me quisesse como homem, seria o melhor dos dois mundos. Mas sinto que é meio tarde para apresentar esse outro mundo, esse outro eu, a minha namorada.
-- Ela vai achar que você é maluco, se eu a conheço um pouco.
-- É disso que eu tenho medo. Nossa história teve poesia, é claro, mas como em toda história longa, isso ficou para trás. E o que eu escrevo agora é diferente. É visceral...
-- Você pode tentar mostrar a ela. Mas, francamente, acho que seu sonho é impossível. Conciliar o amor intelectual com o carnal, o cotidiano, é foda. E, mesmo que acontecesse algo entre você e uma de suas amigas, com o tempo sua relação com ela se pareceria com a que você leva com sua namorada hoje. E isso sem falar que para sua namorada pode ser a mesma coisa, você pode não saber metade do que se passa na cabeça dela.
-- Você tem razão. Mas deveria ser possível uma relação em que os encantamentos não cessassem, em que as pessoas fossem capazes de se surpreender, de olhar para o outro todas as manhãs como se ele fosse um estranho e você tivesse vontade de dizer olá e se apresentar, tentar a sedução...
-- Talvez isso seja possível. Mas certamente é um bocado difícil. O tempo tira os encantos do corpo, e nós mesmos nos encarregamos de pôr minhocas em nossas mentes...
Silêncio contemplativo.
-- Você está ficando mais filosófico que eu, cara. Isso é preocupante.
-- Para você ver a má influência que você é. Mas isso tem remédio. Garçom!...

21.2.03

Come forward O my soul, and let the rest retire,
Listen, lose not, it is toward thee they tend,
Parting the midnight, entering my slumber-chamber,
For thee they sing and dance O soul.
(...)
Now airs antique and mediaeval fill me,
I see and hear old harpers with their harps at Welsh festivals,
I hear the minnesingers singing their lays of love,
I hear the minstrels, gleemen, troubadours, of the middle ages.


(Walt Whitman, "Proud music of the storm")

20.2.03

Crib Tanaka me enviou este interessantíssimo texto do professor de História Said Barbosa Dib, que analisa as razões econômicas da guerra iminente EUA-Iraque e o outro lado da moeda. Não concordo com sua visão sobre Bush, mas seu exame do quatro internacional vale uma boa lida.

"Não são justas as análises simplificadoras e ingênuas da mídia que colocam o presidente George W. Bush como um monstro ou um energúmeno sanguinário. Mesmo que seu intelecto não seja dos mais geniais, ele não é, definitivamente, um camarada mau nem bobo. Pelo contrário, é um cidadão patriota que está tentando salvar os EUA da bancarrota, impedir a queda do Império sob seu comando. Digo isto porque, ao contrário do que se fala, o governo norte-americano está totalmente desesperado com a ruína iminente da sua economia. Segundo W. Clark, do jornal "Indy Time", o temor do Federal Reserve (Banco Central americano) é de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), nas suas transações internacionais, abandone o padrão dólar e adote definitivamente o euro. O Iraque fez esta mudança em novembro de 2000 - quando o euro valia cerca de US$ 0,80 - e escapou ileso da depreciação do dólar frente à moeda européia (o dólar caiu 15% em relação ao euro em 2002). Essa informação, se analisada por aqueles que conhecem os problemas estruturais do sistema de Breton Woods e as atuais limitações energéticas dos norte-americanos, coloca em dúvida a hegemonia do dólar no mundo e explica a razão pela qual a administração Bush quer, desesperadamente, um regime servil na história da Mesopotâmia. Se o presidente norte-americano tiver sucesso, o Iraque voltará ao padrão dólar, não correndo o risco de servir de modelo alternativo para outros países dependentes como o Brasil. É por essa razão que o governo norte-americano, ao mesmo tempo, espera também vetar qualquer movimento mais vasto da Opep em direção ao euro. Por isso, essa informação é tratada quase como um segredo de Estado, pois governos dependentes como o nosso, que apostaram tudo no modelo neoliberal, iriam para o fundo do poço junto com seus chefes norte-americanos. Isso porque os países consumidores de petróleo teriam de despejar dólares das reservas dos seus bancos centrais - atualmente submetidos ao FMI- e substitui-los por euros. O dólar entraria em crash com uma desvalorização da ordem de 20% a 40% e as conseqüências, em termos de colapso das divisas e inflação maciça, podem ser imaginadas. Pense-se em algo como a crise Argentina em escala planetária, por exemplo. Na verdade, o que permeia toda essa discussão é a chamada "crise dos combustíveis fósseis". O físico e pensador Batista Vidal lembra que "as reservas de petróleo estão extremamente concentradas em poucos pontos do planeta, pois o total descoberto no mundo está situado em vinte campos supergigantes". Assim, na ótica do Primeiro Mundo, se os atuais países em desenvolvimento realmente se desenvolvessem, o Mundo teria ou que descobrir meia dúzia de campos supergigantes ou o petróleo acabaria em 10 ou 15 anos. Por isso, o sistema de poder financeiro mundial, subjugado pelo padrão dólar, está completamente desacreditado, falido. Os bancos estão caindo aos pedaços em todos os países ditos desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos e Japão. Prevê-se um colapso a qualquer momento. Agora o que sustenta isso? Devido à ocupação militar no Oriente Médio - ampliada a partir da crise do petróleo da década de 70 -, mesmo com o déficit público monstruoso dos EUA, o dólar inflacionado compra artificialmente o petróleo, base de toda a economia americana e ocidental. Portanto, Saddam selou o seu destino quando, em fins de 2000, decidiu mudar para o euro. A partir daquele momento, uma outra Guerra do Golfo tornava-se um imperativo para Bush Jr.. Ou seja, o que está em jogo não é nem o caráter texano caricato de Bush, nem uma questão de segurança nacional norte-americana, mas a continuidade da falácia do dólar. E essa informação é censurada pela imprensa norte-americana e suas vassalas tupiniquins, bem como pela administração Bush, pois pode potencialmente reduzir a confiança dos investidores e dos consumidores, criar pressão política para formação de uma nova política energética que gradualmente nos afaste do petróleo do Oriente Médio e da órbita anglo-americana e fazer com que projetos como o nosso Pró-Álcool mostrem sua força.

PS: é por isso que a Alemanha, defensora ferrenha do Euro, é terminantemente contra a guerra, e é por isso que a Inglaterra, que não adotou o Euro em seu país é a favor da guerra."

19.2.03

Em 1982, Michael Jackson batia todos os recordes do pop com o disco "Thrilller". Vinte anos depois, ele ficou reduzido... a isso. ;-)
Flashes -- II

Ele sentou-se à mesa sob o ar-condicionado para esperá-la mais sossegadamente. Então pediu uma taça de vinho espumante e bolinhos crocantes de carne tenra. Qual Proust, foi teleportado a outras paragens enquanto aguardava. Quando ela chegou, perguntou, sorrindo, se estava cochilando. A resposta, imediata, foi a de que jamais estivera tão desperto.

18.2.03

"Alice sighed wearily. `I think you might do something better with the time,' she said, `than wasting it in asking riddles that have no answers.'

`If you knew Time as well as I do,' said the Hatter, `you wouldn't talk about wasting it. It's him.' "

(Lewis Carroll, "Alice no país das maravilhas")

14.2.03

"Assim, para quem ama, o amor, por muito tempo e pela vida afora, é solidão, isolamento, cada vez mais intenso e profundo. O amor, antes de tudo, não é o que se chama entregar-se, confundir-se, unir-se a outra pessoa. (...) O amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo por si mesmo, tornar-se um mundo para si, por causa de um outro ser: é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe."

Maravilhoso parágrafo de Lou-Andreas Salomé, citada pela querida AngelBlue.

13.2.03

Já que o português anda desvirtuado mesmo, vamos rebatizar nossos bairros de uma vez... Alguns naquele inglês castiço de "The cow went to the swamp" ;-)))

Big Field - Campo Grande
Little Field - Campinho
Nice to meet you - Encantado
Will go now - Irajá
To walk there - Andaraí
Dry Square - Praça Seca
Set fire - Botafogo
Costumers - Freguesia
Very very holy - Santíssimo
Wait a minute - Paciência
Setting free - Livramento
Good Success - Bonsucesso
Very deep island - Ilha do Fundão
Grandson Rabbit - Coelho Neto
High School - Colégio
Funny view - Vista Alegre
Hard Cover - Cascadura
Mercy - Piedade
Well stay - Benfica
Bless you - Saúde
Flag Square - Praça da Bandeira
Flagmen Funtime - Recreio dos Bandeirantes
Small Farm - Rocinha
Change - Muda
All of the Saints - Todos os Santos
Mary of Grace - Maria da Graça
Holy Cross - Santa Cruz
Hello smile - Olaria
Mango Tree - Mangueira
Inside Mill - Engenho de Dentro
New Mill - Engenho Novo
Alligator to the water - Jacarepaguá

12.2.03

A propósito, quer saber o que vai mesmo acontecer quando a guerra começar? Dê uma olhada neste joguinho em inglês que Mestre C@t mandou para a sua lista...

10.2.03



Veja tudo sobre esta excelente iniciativa contra a arrogância americana aqui.
Sexta-feira, por volta de nove e meia da noite. Eu e Elis Monteiro estamos indo embora da redação depois do fechamento do caderninho. Entramos no elevador, onde já havia mais três pessoas, e pouco depois de ele começar a descer, pimba! acende-se uma luz de emergência no teto ao mesmo tempo que o elevador dá um solavanco e pára. Que ótimo. Presos no elevador numa véspera de sábado (e isso depois de todos os azares que a Elisinha tem tido ultimamente: torceu o pé, enguiçou com o carro na ponte, perdeu a voz uns três dias... ). Tivemos que rir da ironia da situação. Toquei o botão de emergência, que mais parecia um cacarejo ou um efeito de música funk. Ninguém ouviu. Batemos na porta. Ninguém ouviu. Gritamos. Nada. Elis pegou o celular e ligou para a redação, avisando do ocorrido. Depois, ligou para a portaria. Foi quando ouvimos o telefone tocando do outro lado da porta e resolvi tentar abri-la. Logo recebi ajuda de outro ocupante do elevador e conseguimos abrir a porta. Estávamos um pouco acima do nível do chão da portaria, e foi possível pular sem problemas. Ufa!

7.2.03

Telefonei esta semana para uma amiga muito querida, para matar as saudades (não a vejo há uns dois meses). E foi bom conversar, ainda que rapidamente. Você percebe que uma pessoa mexe com seu íntimo quando se emociona apenas por ouvir a voz dela atendendo o telefone. Parece bobagem, mas eu garanto que não é.

5.2.03

Deu na "Wired":

No One Asked Why He Wanted to Die (Culture 2:00 a.m. PDT)

A troubled young man's downward spiral before committing suicide is
chronicled in posts to an online message board whose participants give
him suggestions about how to kill himself. Is the website responsible
for his death?

4.2.03

Minicontos do desconforto -- 47

Mentiu tanto para ela que a relação dos dois virou uma farsa. Parecia a seqüência de filmes de 007: quanto mais elaboradas e absurdas as mentiras, mais divertido. Até que um dia, penitente, ele disse a verdade nua em pêlo.
Ela jogou as pipocas e o refrigerante em sua cabeça e saiu no meio da sessão.
Ele jurou a si mesmo nunca mais dizer a verdade. Anos mais tarde, virou parlamentar.
Minicontos do desconforto -- 46

Percebeu que tudo estava acabado quando ela começou a passar as noites diante da TV. Mas adiou a decisão. Até que um dia a encontrou lambendo o controle remoto.
Partiu sem dizer adeus.